Muito tem se dito sobre as duas décadas de presença brasileira no Japão, que para alguns, a comemoração seria agora neste ano de 2010 – partindo do pressuposto de que o fenômeno dekassegui teria se iniciado em 1990.
Na verdade não há uma data exata que marque o início do processo de imigração de brasileiros ao Japão, mas sabe-se que bem antes de 1990 muitos brasileiros já desembarcavam no Japão para trabalho em fábricas em geral, e a partir de então, a comunidade se estabeleceu em diversas áreas.
A data mais provável de início do “boom” de imigrantes brasileiros no Japão teria sido no ano de 1988. Por isso, os 20 anos da presença brasileira no Japão transcorreu em 2008, justamente no ano em que se comemorou o Centenário da Imigração Japonesa ao Brasil.
A data foi lembrada no palco do Miss Nikkey Japan, quando a Organização do evento convidou 20 personalidades (brasileiros e japoneses) de diferentes segmentos de atuação e prestou-lhes uma homenagem. Os 20 receberam o troféu Cidadania e Honra ao Mérito pela contribuição que prestam ao desenvolvimento da comunidade brasileira no Japão. Confira quem foram os homenageados:
Guilhermina Suzuki, a Guida, residente no Japão faz 16 anos na cidade de Toyohashi. Faz 9 anos que ela trabalha na Associação Internacional de Toyohashi, e diariamente auxilia a comunidade brasileira naquela cidade. Merece nosso reconhecimento.
Mauro Gibo e Samuel Gibo. Eles são dois dos mais antigos brasileiros no Japão. Chegaram aqui faz 41 anos, e são responsáveis por trazer os primeiros brasileiros dekasseguis. Mauro e Samuel moram em Mie, continuam engajados em questões relacionadas a nossa comunidade e merecem nosso reconhecimento.
Cida Sadako Doi da Silva, que é cozinheira em Nagoya e pessoa muito querida na comunidade. Cida mora no Japão faz 16 anos, já foi operária em fábrica aqui em Komaki. Através de sua arte culinária ela promove o intercâmbio mostrando aos japoneses os sabores do Brasil. Parabéns Cida.
Geraldo Affonso Muzzi, excelentíssimo cônsul geral do Brasil no Japão. Geraldo Muzzi está no Japão faz pouco tempo, e tem trabalhado com afinco na solução de problemas da nossa comunidade. É um diplomata nato, e que a frente do Consulado de Nagoya, tornou mais ágil e mais eficiente o atendimento a quem procura aquela repartição. Merece nosso reconhecimento.
Elinda Date, residente no Japão faz 27 anos. Ela dá aulas de português na universidade de Mie, e também trabalha como agricultora na plantação de chá que a família tem em Kameyama. Elinda ainda participa como voluntária do grupo UBJ – União Brasil Japão, entidade que promove a integração entre brasileiros e japoneses naquela província.
Edílson Kinjo, presidente da New Sab – Sociedade Amigos de Minokamo, uma entidade que desenvolve projetos ligados à área de Educação em Gifu. Edílson coordena grupo voluntário que dá aulas de reforço a alunos brasileiros que estudam em escolas japonesas, e participa do Conselho de Cidadãos do Consulado Geral do Brasil de Nagoya. Parabéns Edílson.
Maria Kuabara, do Instituto Educacional de Medicina Chinesa, uma escola profissionalizante que funciona em Nagoya e que tem garantido uma profissão especializada a muitos brasileiros. Maria Kuabara está no Japão faz 22 anos. Merece nosso reconhecimento pelo profissionalismo e preocupação com o bem-estar brasileiro.
Jorge Imai, da Imai Group, uma empresa que desde o início do fenônemo dekassegui tem atendido a comunidade brasileira através da importação de produtos que encurtam a distância entre Brasil e Japão. Além disso, Jorge Imai tem mostrado o Brasil aos japoneses através dos produtos que a Imai Group importa. Faz jus ao troféu Cidadania 2008.
Yumi Virginia Oshima. Ela trabalha como tradutora e intérprete no hospital Komaki Shimin Byoin, e faz mais de 10 anos que diariamente socorre brasileiros em consultas médicas e problemas de saúde em geral. Yumi sempre buscou a integração brasileira na região, contribui com o desenvolvimento da comunidade e merece o troféu.
Takaharu Hayashi, dono de empreiteira, e sempre procurou oferecer condições dignas de trabalho a seus funcionários. Ele criou uma NPO, chamada JOC, justamente para promover as relações multiculturais.
Emi Tuzita, que trabalha em escolas japonesas em Gifu contratada pela prefeitura de Kakamigahara. Além de auxiliar os alunos em sala de aula, Emi é constantemente requisitada para resolver todo tipo de problema envolvendo brasileiros da região. Atua como voluntária, além das tarefas como esposa, dona de casa e mãe de três filhos. Merece com louvor a honra ao mérito.
Wagner Wolfgang Muller, brasileiro que faz 8 anos cruza os céus do Japão como comandante da JAL, transportando japoneses. Competente profissional, Wagner Muller é destaque em uma profissão restrita e eleva no Japão a nacionalidade brasileira. Parabéns.
Elza Nakahagi, residente na província de Wakayama. Ela é uma das profissionais que atendem a comunidade pelo Disque Saúde desde 1995, e autora de dicionário de termos médicos que auxilia brasileiros em questões hospitalares. Parabéns a dra. Elza pelo seu comprometimento em causas que visam a saúde brasileira no Japão.
José da Costa Sobrinho, mas aqui ele foi ordenado monge zen-budista e passou a se chamar Kohou Mokugen. O monge brasileiro era dentista no Brasil e abandonou a profissão para praticar a meditação no Japão. José da Costa é pouco conhecido na comunidade brasileira, mas é querido pelos japoneses, e merece o troféu porque engrandece no Japão a imagem do Brasil. Parabéns.
Mariluce Tanaka, veterana residente em Minokamo, diretora de escola, e autêntica em suas idéias, ideais e projetos educacionais. Parabéns Mariluce.
Edson Xavier, repórter que chegou ao Japão faz 15 anos e que desde então registra no dia-a-dia a história da nossa comunidade brasileira, produzindo reportagens que informam, que orientam, que denunciam e que auxiliam a comunidade brasileira no Japão. Faz jus ao troféu Cidadania de Honra ao Mérito.
Padre Evaristo Higa, que atua junto a comunidade em Hamamatsu e região. Padre Higa é um obstinado defensor das causas brasileiras, em qualquer setor, e já foi agraciado com a Ordem do Rio Branco pelo governo brasileiro. Hoje recebe o troféu, em reconhecimento do Miss Nikkey que sintetiza os votos de parabéns de toda a comunidade brasileira no Japão.
Yoshio Muranaga, Ele é japonês e viveu por décadas no Brasil. Retornou ao Japão no início do fenômeno dekassegui e percebeu que os primeiros brasileiros aqui enfrentavam muitos problemas por falta de comunicação, e sofriam com a falta de notícias do Brasil.
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